"La noche de los Pobres" (1924), por Diego Rivera
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Maria botou feijão no fogo
lavou roupa passou ferro
e assistiu à novela da classe média
com um olhar perdido
na tramóia do luxo-lixo burguês
deu uma trepada burocrática
com o seu homem,
caiu no sono e sonhou
com os anjos da casa própria.
levantou-se nas carreiras
deu um tapinha
na bunda do guri:
“s'acorda que mamãe vai trabalhar”.
O garoto se espreguiçou
abriu os olhos e sorriu
como o céu lá fora.
Maria lhe deu um beijo
e saiu pra cozinha.
Preparou a bóia,
tomou um banho frio
e jogou o uniforme dos suados dias
por cima do corpespírito.
Aprontou o guri com pressa
e foi pegar o ônibus da vida.
Maria subiu a rua cheia de encanto
malucando com o seu pirralho.
O sol brincou no sorriso de Maria
e ela foi lutar pelo pão
que o mundo civilizado amassou.
(Pirro)
Um comentário:
"e ela foi lutar pelo pão civilizado que o mundo amassou" Coitado do Diabo, como tudo e todos, tem sido atropelado pelo mundo civilizado. Primeira sem segunda!!!!
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