um monstro medíocre
se arrasta com cara de santo
se arrasta com cara de santo
Monóxido de mediocridade e farsas
cai sobre o seu telhado
como uma tarde de sábado sem birita
e estucada de poluição sonorabaiana.
A miasma que sai dos bueiros do Bugio
aos pântanos e belas chácaras do MosqueiroA miasma que sai dos bueiros do Bugio
deforma a sincronia do discurso bem-posto,
enferruja o meu sorriso fácil.
Os meus gestos são próprios
de um maluco inconformado
que mal consegue comunicar-se
onde não há mais comunicação,
apenas elogio de máscaras e exibição.
Do meu livre quintal-mundo,
assisto de relance os ratos bem vestidos
piorarem a geografia da terra dos papagaios,
a gana civilizada e grãfina de frustrados
se arrastam e beijam o cu do poder
e as lentes das tvs.
Então sinto ironicamente
a cratera na crosta do estômago
ante o bater de asas
de poetas parasitas e afrescalhados
que cagam belas e ilustríssimas
palavras de servos na língua presa
de Araripe sa(b)idinho.
Longe disso tudo, percebo
que a vida dos desdentados,
é sempre aquele intervalo brusco
em que a porra da polícia metralha:
“Parado aí! Mãos na cabeça!”
Eis, de fato, o instante temido
no qual a vítima tem os culhões algemados
confinado a vexames, porradas e latidos,
enquanto o sol brilha nos dentes da burroguesia
e no abraço-cúmplice
de Marcelo Déda e João Alves.
(Pirro)
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