Panóptico

quarta-feira, 23 de março de 2011

ESPIRAL (por Marcelo Primo)

















Uma vez tentado o incurso às margens dessa mesmice latente,
È inevitável o embate com a espiral da existência, a mim presente...
Fazendo-me circular e circular, procurando sentido a esmo,
Anúncio de um fim deveras conhecido,
o enfadonho retorno do mesmo...

Suficiente já é uma olhada en passant à minha volta,
Floresce a verve, inflamada pela angústia, asco, revolta...
Mas a espiral age pelas entranhas, hic et nunc, fisiologicamente,
Labirintite do real, giros e mais giros, sucessivamente...

È possível fincar-se na razão, diante das vertigens mundanas?
Diante da descarada letargia, que aí está deixando mentes insanas...?
Ser, estar... é como lançar uma diatribe a um absurdo quixotesco,
Com a morte na alma é dizer pouco deste estado espúrio, grotesco...

Volto, vacilante, perpassando mais uma volta dentro da espiral,
Trajeto sinuoso, tortuoso, que sempre conduz ao mesmo final...
Ora, mas que é esse fim senão um começo?
O mesmo ponto de partida
Que encontro em todos os lugares e momentos, não havendo saída...

                                                                                                 (By Marcelo Primo)

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